quinta-feira, 18 de outubro de 2007

...Semanário enche o papo!



Completando um mês cá, algumas impressões que tinha acabam fugindo do que me ocupava o pensamento para outras imprimirem em mim um pouco de conteúdo e imagem do que vêm a ser um “gajo”. Não é primazia ideológica, pelo contrário: é um pesar de crenças e superação inicial deste choque cultural.

Sinto-me como um bebê, é tudo novo e estou na ponta do pêlo do coelho como no “Mundo de Sofia”. Mas ao mesmo tempo sinto-me envelhecer, as mãos mais enrugadas do clima e a paciência um pouco estreita com a impaciência de algumas pessoas. Incongruente, mas se existe algo que ainda não me acostumei, é com a insatisfação de algumas pessoas. Mas tenho muito cuidado em falar dessas representações e peço também o cuidado de possíveis leitores, pois isso é uma experiência pessoal e, como em todo lugar do mundo, a moeda tem dois lados.

Da Faculdade:
Bem, a começar essa palavra tem um peso enorme aqui. Centro de excelência na produção do conhecimento, quantos dos Doutores, funcionários, serviços, centros, da larga escala investigativa, das respostas a todos os questionamentos, etc. É óbvio que, por um lado esse caráter faz-nos tomar pra si um maior senso de responsabilidade, dever e sentido de orgulho, por outro me parece um tanto apontar para o egocentrismo e um menor diálogo com outras áreas do conhecimento. Está na estrutura da Universidade do Porto, em algumas práticas e - claro - em situações e pessoas.
Essas, em geral, entram muito novas na Universidade , pois além da faixa etária, mesmo as que correspondem às dos calouros brasileiros, não parecem ter essas a mesma. Curioso é ser esse um sentido pessoal já compartilhado com outros estudantes brasileiros em mobilidade e, precisando avaliar essa observação, analisa-se aqui que a hipótese maior é a de provir de um cotidiano onde as preocupações com a sobrevivência (diga-se de passagem, em muitos âmbitos) são bem menores que no Brasil. Por isso há uma linha tênue que divide meu lamento da felicidade em ver como a política gere esse contexto.
Além disso, posso dizer com toda certeza o quanto me tem sido boa a recepção dos estudantes. É também recíproco e, por tudo que já foi desenvolvido esse mês no contexto acadêmico e dos vínculos, quando me perguntam: “Estás a gostar?”, respondo com toda sinceridade que "muito"...e até, pela euforia das pessoas, em alguns momentos me sinto estar numa espécie de Brasil Europeu.

Um comentário:

manuelaataidesantos disse...

olá Daniel

Impaciência?... insatisfação?... Gostava de perceber melhor essa tua imagem das pessoas.eu até acho que entendo...
Lindo o Porto, vá lá...inspirador.
Escreves muuuuuiiiitttooobem.
benvindo ao CSVitória!

Beijo Manuela