segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Cambiará?


Nunca tão distante.
Uma ilha,
aqui há lugar e momento para tudo:
para falar,
para sair e para entrar...
para respirar,
“pare!”

Ainda assim, respirar é sufocar-se:
outro país,
estado,
matéria,
disciplina.

Vim para estudar e não posso,
É tempo de ser re-examinado,
Que tal eletrodos?
Enfim, livrariam-me da culpa de não saber.

A saudade do Brasil e as noticias de um belo carnaval já não se fazia tão presente. Simplesmente até o dia 5 de Fevereio, era carnaval, e como se não bastasse a ausência de festas, não se acessava os professores para discutir erros nas provas, ou seja, tinha mais uma tentativa.
Como se aprende? Como se estudar? Não se havia acreditado quando, após belas aulas, se fosse deparar com uma prova decorativa. Pode-se citar um exemplo genericamente: em uma delas foram abordados 27 teóricos e na prova cobradas postulações de 3 (quando podemos dizer que só um desses é tido como "mais importante"). O “exame” não apresenta então uma questão de dificuldade de aprendizagem, mas do contrário uma indicação da capacidade de memorização.

Ao mesmo tempo se faz forte a saudade das coisas de minha terra. Posso dizer com "o que" ou "com quem" podemos contar no nosso Curso: temos em torno de 250 estudantes, de onde uma boa parcela é empenhada na curiosidade de pesquisar, contribuir na formação do curso, organizar eventos e participar dos movimentos acadêmicos.
Atualmente o curso fora reformulado, passando assim - como são os outros do Brasil - para 5 anos. Antes, com 6 anos, as cadeiras eram anuais e tinhamos o ultimo ano dedicado exclusivamente ao estágio final e Trabalho de Conclusão de Curso(TCC). Agora, com 5 anos, as cadeiras passam a ser semestrais e, dessa vez, no ultimo ano creio que somam-se mais uma ou duas cadeiras disciplinares. A mudança aferiu maior qualidade à forma como se tem ensinado, por outro lado -alternativamente- nós do sistema anual acabamos também estimulando os professores e alunos a tal.
Através de uma análise quantitativa, obtêm-se um indicativo de uma Faculdade não muito boa: faltam materiais, laboratórios, investimento financeiro e um ou outro professor. Mas sobra empenho, vontade e qualidade dos que estão a aprimorar nosso Curso, não é a toa que temos (o curso) recebido alguns prêmios que revelam um outro caráter do que vêm a ser "um bom curso".
Em 2007 somam-se vários ganhos entre TCC´s e Pesquisas premiadas nacionalmente, nomeadamente na ABEP (Associação Brasileira de Ensino em Psicologia) e ABRAPSO (Associação Brasileira de PSicologia Social). Em relação a esta última contamos atualmente com 3 de nossos professores em sua presidência.
Tem-se feito além disso a contratação de novos professores em busca da implantação do Mestrado, e dos já contratados desenvolve-se novas pesquisas.
Não menos importante, algumas movimentações dão graça ao que temos nos dedicado: Psicopa, Psicótica (...filmes na ótica psicológica), Psicoluau, Trote no Divã, Produção e participação em Encontros Regionais e Nacionais.
Aos poucos, no fundo, Clarisse Lispector poderia traduzir melhor o que pessoalmente tenho observado no Curso de Psicologia da UFAL: "Mude, mas devagar. Pois a direção é mais importante que a velocidade".
Tudo isso enfim tempera o curso de Psicologia, pensando bem já não é mais uma questão de saudade, está me fazendo falta.
Mas finalmente se passaram as provas, é tempo então de alimentar a esperança e lembrar dos amigos da carreira de Pedagogia que então em Sevilla criticando o papel uniformizador da educação ao tempo que alimentam a esperança na construção de uma relação com as pessoas onde o ensino e a aprendizagem estão sustentados principalmente pela afetividade. Já posso compensar-me um pouco, não?

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